By Natália Pessoa

É tão difícil descrever a experiência de uma viagem para a Índia!

A decisão do destino não foi minha e sim do meu marido e sem pensar muito, topei e tentei “me preparar” para esse destino tão peculiar.

Ao chegar no aeroporto em Delhi, eu tinha muitas expectativas, mas mal sabia que não ia demorar muito para que um turbilhão de coisas invadisse a minha cabeça e o meu coração.

Na Índia é tudo muito… muita gente, muito trânsito, muita pobreza, muita riqueza, muitas cores, muita pimenta e muitos aprendizados.

Estar com o coração aberto ao novo é essencial para entender e aprender a amar aquele lugar!… e foi vivendo cada dia, conversando com cada guia, visitando cada cidade, que percebi que não existe jeito certo ou errado de viver.

Assim como a gente olha para aquele povo de forma diferente, nós também somos os diferentes para eles… e é lindo aprender mais sobre seus costumes, suas religiões, suas formas de encarar vida, morte, Deus, felicidade e em como podemos trazer isso para a nossa realidade.

Por cada cidade do Rajastão, a gente ia interagindo com pessoas diferentes, conhecendo mais sobre suas crenças e se apaixonando pela forma de como se leva a vida.

Em Delhi, o trânsito é ainda mais caótico, mas as buzinas não são brigas de trânsito e sim uma forma de dizer: Ei, estou passando!

Depois de uns minutos dentro do carro, as buzinas se silenciam na mente e é mágico ver como por questão de segundos, os carros, as motos, as carroças, tuk tuks, pessoas vão passando e nenhum acidente acontece.

Meu dia preferido em Delhi foi quando fomos visitar o Templo Sikhi Gurudwara Bangla Sahib e pudemos entrar numa cozinha imensa cheia de voluntários cozinhando toneladas de comidas para pessoas que vem todos os dias e em todas as refeições se alimentar ali… sentando junto à mesa e comendo em comunhão de outras pessoas.

O Taj Mahal em Agra é um lugar impressionante, mas fica ainda mais incrível com um guia contando detalhes da historia do Shah Jahan… mas nossa maior sorte foi estar na cidade em dias auspiciosos para casamentos Hindus e não teve um momento durante nossa estada que a gente não dava de cara com noivos, músicas, carreatas e celebrações no meio da rua.

Jodhpur, a cidade azul, nem sempre está nos roteiros mais tradicionais de uma viagem para a India, mas minha sugestão é: inclua sim, afinal quando você vai voltar para lá novamente?

Andar pelas ruelas, passear pelo mercado, comprar especiarias e muitas masalas, subir no forte Mehrangarh e esperar pelo pôr do sol com vista do alto para todas aquelas casinhas azuis.

Jaipur já é uma grande cidade e tem muitas atrações para visitar… minha preferida foi conhecer o Jantar Mantar, um antigo observatório astronômico de 1724… que não teria feito o menor sentido, se não tivéssemos um guia apaixonado por astrologia, que me convenceu que os signos são sim baseados em ciência!

Em Udaipur, passamos o Valentine’s day… nada mais romântico do que estar na Veneza do Oriente. O City Palace foi um dos lugares mais especiais que visitei por lá, além do passeio especial de barco até o Hotel Taj para um chá da tarde.

E para terminar a viagem, decidimos estender para Varanasi… e foi mais uma vez, surpreende!

Se a India é tudo MUITO, Varanasi é ainda mais… é mais transito, mais gente, mais sujeira e mais religiosidade.

Mas valeu cada minuto e eu não tiraria ela do roteiro… porque faz parte de todo o turbilhão de sentimentos e pensamentos sobre a India.

Nosso fundador da Abercrombie & Kent diz: “Viajar é transformador! Coloca pessoas em contato com pessoas, culturas em contato com culturas e no fim das contas, leva à compreensão daqueles que vêm de origens totalmente diferentes. Eu realmente acredito que se mais pessoas viajassem, o mundo teria bem menos conflitos.”

Voltei para o Brasil com saudade daquelas pessoas, com vontade de traze-las guardadas num potinho… e depois daquelas férias, a Índia nunca mais saiu da minha cabeça e do meu coração. Eu nunca mais serei a mesma pessoa.